O desafio do desemprego e da fome por Claudio Conceição publicado por Conjuntura Econômica (7/2021).
“Os números mostram que a economia brasileira continua a se recuperar depois do tombo do ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 4,1% depois de ter crescido minguados 1,8%, em 2018, e 1,4% em 2019. A aceleração da vacinação no país e em boa parte do mundo são ingredientes de otimismo à volta de uma normalidade, se não totalmente, mas com um grau bem maior de flexibilidade. As projeções dos analistas são de que o PIB brasileiro possa crescer entre 4,5% a 6% até o final deste ano. O Boletim Macro FGV IBRE de junho projeta uma expansão de 4,8%.
Alguns indicadores sinalizam que a recuperação segue firme e forte, se nenhum fato atrapalhar, o que é difícil de prever dada as constantes tensões políticas que surgem no dia a dia. Os índices de confiança empresarial e do consumidor, calculados pelo FGV IBRE, subiram 4,3 e 4,7 pontos em junho ante maio, respectivamente, enquanto a Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) avançou 3 pontos no mesmo período. Ocorreram recuos, como a da produção de veículos, que sofreu com a falta de insumos, especialmente de chips, criando uma demanda represada que, com a normalização do fornecimento, tende a dar mais impulso à atividade econômica. Pesquisa recente da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, mostrou que 75% das pessoas querem trocar de carro ainda este ano, quer seja novo ou usado…”