A questão financeira o desenvolvimento das finanças públicas na passagem do império à república(1850-1906) por Paulo Roberto dos Santos Corval pela editora CEEJ (2019).
Menos lembrados, mas, nem por isso, menos importantes na narrativa das transformações institucionais havidas no país no período de 1850 a 1906, os problemas de encaixe e desencaixe entre as formas institucionais e as mudanças sociais afetas às atividades ou setores integrantes das finanças públicas (a tributação, a despesa, o orçamento, o endividamento, a moeda, o crédito e o câmbio) experimentaram efetiva conjuntura crítica na passagem do Império à República. Os anos de transmutação (1889-1892), nomeadamente, manifestaram em todos os setores da questão financeira pública um abalo sistêmico que, com intensidade e ritmo diferenciados, vinha se construindo desde a última década do Império e reclamava uma virada no conjunto de crenças e de desenhos institucionais para recalibrar as interações nas (e entre as) esferas do Estado, do Mercado e da Sociedade, bem como os mecanismos de convivência e coordenação política. Com efeito, embora compartilhasse traços característicos com o regime monárquico no que diz respeito à questão financeira, a instauração da República foi embalada por crenças revigoradas e novas subjetividades que disputaram a direção governamental, tencionando e descontinuando, em variados aspectos, as instituições atinentes às finanças públicas. Esse processo de mutação, ao longo da presente tese, constituiu objeto de atenção e, ao menos em suas linhas mais características, possibilitou não apenas traçar um mapa para aprofundamento futuro da pesquisa relacionada à questão financeira pública como, também, dentre outras conclusões, contribuiu para se verificar que a despeito dos elementos de dependência de trajetória que deram ao regime republicano suas feições iniciais e estruturas de resistência, a virada de 1889 a 1992, com sua consolidação e reprodução nos anos de 1894 a 1906, abriu espaço à eclosão e à atuação de forças subjetivas internas, a antagonismos de crenças e interesses.
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