Sanear investimentos por José Roberto Afonso e Renata Leão publicado por Valor Econômico (6/2015).
“Retomar o crescimento está se tornando cada vez mais uma premência para a economia brasileira. São inegáveis e louváveis os esforços em curso para ajustar as contas públicas, como devem ser para as contas externas. A estabilização que lograrem constitui condição necessária mas, por si só, não parece suficiente para reanimar produtores nacionais a decidirem aumentar seus investimentos e produção. Isto dependerá de uma nova estratégia econômica que substitua, como seu motor propulsor, o consumo pelas exportações e sobretudo pelos investimentos produtivos.
O saneamento é um setor que merece atenção especial nesse contexto porque permite conciliar o enfrentamento do desafio do desenvolvimento e, ao mesmo tempo, o de avançar na inclusão social. Se crise é oportunidade, este é um campo por excelência para mudanças.
O último índice de desenvolvimento do saneamento básico nos deixou atrás da média da América Latina e até de países como Síria e Iraque. Se mantido o atual ritmo de investimentos federais, recentemente se projetou que só em 2060 todos terão coleta de esgoto. O que falta para transformar em realidade?…”