Quando a desigualdade social encontra a ilusão fiscal: A regressividade cognitiva da matriz tributária brasileira por Pedro Júlio Sales D’Araújo publicado Revista Cadernos de Finanças Públicas (2022).
Sob a premissa de que a matriz tributária é fruto das escolhas empreendidas por determinada comunidade para definição das formas de financiamento do Estado, a presente pesquisa busca analisar as escolhas que moldam esse agir fiscal e de que forma estas se caracterizam como técnicas de ilusão fiscal, distanciando a política fiscal brasileira de um dever típico de um Estado Democrático de Direito, qual seja, conscientizar o contribuinte de fato enquanto real financiador da máquina pública. Será defendido que tal cenário, atrelado à alta desigualdade social existente em nosso país e a visível regressividade econômica de nossa tributação, acaba por influir na má percepção dos estratos mais vulneráveis da população acerca da realidade do país e na ausência de um auto reconhecimento dessa parcela da população enquanto sujeitos de direitos, naquilo que o trabalho definirá como regressividade cognitiva.