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Política monetária no Brasil em tempos de pandemia (Feijó et al.)

Política monetária no Brasil em tempos de pandemia por Carmem Feijó, Eliane Cristina Araújo, Luiz Carlos Bresser-Pereira publicado por Revista de Economia Política (1/2022).

O artigo discute a determinação da inflação no Brasil, sobretudo a partir da grande recessão de 2015-2016, para avaliar a adequação da política de manipulação de taxas de juros para controlar a alta de preços decorrente de pressão permanente de custos. O ônus de usar a taxa de juros para combater inflação de custo é criar um nível altamente convencional da taxa de juros real, o que, em uma economia financeirizada, beneficia a classe dos rentistas. À luz da macroeconomia pós-keynesiana, a convenção de alta taxa de juros mantém a economia com baixa taxa de crescimento e baixa taxa de investimento, o que no caso da economia brasileira tem resultado em regressão da matriz produtiva e estagnação da produtividade e ambos contribuem para perpetuar as pressões de custo sobre os preços. A análise empírica corrobora a discussão de que a inflação recente teve sua origem em pressões de custos sobre as quais o impacto da taxa de juros para seu controle é limitado. Complementamos a análise empírica testando a resposta à taxa de juros SELIC das variáveis utilizadas para explicar a flutuação dos preços livres e dos preços administrados: índice de preços de commodities, taxa de câmbio e nível de atividade. Conforme esperado, o impacto da alta da taxa de juros valoriza a taxa de câmbio, favorecendo o controle da inflação e reduzindo o nível de atividade, mas não tem impacto no índice de preços das commodities.

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