O gasto público em saúde no Brasil: Uma comparação com a vizinhança latino-americana por André Cezar Medici (2016).
“Todos sabem que nos últimos anos o governo brasileiro conduziu uma política macroeconômica sem limites para o crescimento do gasto e controle do endividamento público. As autoridades econômicas promoveram um crescimento desmesurado da relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB). Entre 2013 e 2016 essa relação passou de 50% para quase 70%[i]. Tal fato (entre outros) gerou, a partir de 2014, uma profunda recessão – irreversível no curto prazo – levando o país a amargurar, entre 2014 e 2016, uma redução da renda percapita nacional de quase 10% e taxas de desemprego e subemprego inéditas na história das estatísticas nacionais. Uma vez afastada do poder a gestão que levou o país a este caos, o Governo Michel Temer, ao assumir a Presidência da República, tem o desafio de reverter a trajetória da dívida pública para que o Estado reequilibre as contas fiscais, reduza a dívida interna a proporções administráveis, retome a trajetória de crescimento econômico, estimule os investimentos necessários em infraestrutura não realizados desde 2003 e lance as bases de longo prazo para uma real estratégia de desenvolvimento com eqüidade…”