Francisco Dornelles – Homenagem por Solange Monteiro, Carlos Ivan Simonsen Leal publicado por Revista Conjuntura Econômica (9/2023).
Marcante vida pública por Solange Monteiro publicado por Revista Conjuntura Econômica (9/2023).
“As diversas manifestações de pesar pela morte do vice-presidente da FGV, Francisco Oswaldo Neves Dornellles, no último dia 23 de agosto, aos 88 anos, não deixam dúvidas de seu importante papel na vida pública do país. Dornelles, sobrinho de Tancredo Neves, iniciou sua carreira política trabalhando com o tio na Secretaria de Finanças de seu estado natal, Minas Gerais, ainda no final dos anos 1950. Na década de 1960, o foco do jovem advogado foi o mundo acadêmico, aprimorando seus estudos com uma especialização em tributação e finanças públicas na Harvard Law School, e outra em finanças públicas na Universidade de Nancy, França. A volta ao Brasil marcou os primórdios de sua profícua relação com a FGV, então como coordenador e professor dos cursos de Política Fiscal, de Auditoria Tributária e de Dupla Tributação Internacional da Renda da Escola Interamericana de Administração Pública (FGV EIAP), de 1967 a 1981, e como professor de Legislação Tributária na Escola Brasileira de Administração Pública (atual FGV EBAPE), de 1968 a 1974…”
Essencialmente, um professor por Carlos Ivan Simonsen Leal publicado por Revista Conjuntura Econômica (9/2023).
“Francisco Dornelles era um homem de qualidades excepcionais. A FGV sentirá muito a sua falta, ainda que sua influência sobre a forma de pen[1]sar de todos que com ele conviveram esteja sempre presente. De tantas qualidades, é importante ressaltar seu dom para ensinar. A dedicação à política nacional por muitos anos o afastou do exercício do magistério, mas, de forma alguma, lhe tirou essa característica. Antes de mais nada, ele era um grande professor…”
Dornelles e a reforma tributária publicado por Revista Conjuntura Econômica (9/2023).
“No prefácio do livro coordenado pelo FGV IBRE e publicado pela Editora FGV, Dornelles escreveu:
A edição dos anais dos trabalhos da comissão reunida na Fundação Getúlio Vargas e que, há cerca de meio século, resultou na edição da emenda constitucional que levou à criação do sistema tributário até hoje vigente é uma oportunidade ímpar. Primeiro, para mostrar como o sistema ainda vigente foi estruturado em 1965/1967 e apenas reformado pela Constituição de 1988 e, segundo, para inspirar a construção de um novo sistema já que pode não haver mais espaço para reformar o atual regime ante tantas disfunções e distorções. É preciso resgatar a racionalidade técnica e a coragem política daquela comissão que, antes de se preocupar com os detalhes da tributação, buscou traçar uma visão estratégica da economia e da sociedade brasileira: onde estávamos e onde poderíamos chegar. A partir daí, foram sendo moldadas as competências tributárias e repartições de receitas entre governos que permitiam fazer tal travessia de modo seguro…”