América Latina enfrenta um terceiro choque com o aperto das condições financeiras mundiais por Santiago Acosta Ormaechea, Gustavo Adler, Ilan Goldfajn e Anna Ivanova published by IMF (10/2022).
“O impulso no crescimento continua, mas a escassez de financiamento e seu custo mais elevado irão desacelerar as economias da região em meio à persistência da inflação elevada. As políticas prioritárias são a restauração da estabilidade de preços e a manutenção da sustentabilidade fiscal, sem perder de vista a proteção dos grupos vulneráveis.
Ainda às voltas com os efeitos dos dois choques anteriores – a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia –, os países latino-americanos enfrentam um terceiro choque: o aperto das condições financeiras mundiais.
O atual impulso no crescimento é positivo, em função do retorno da atividade nos setores de serviços e do emprego aos níveis pré-pandemia, e das condições externas favoráveis: preços das commodities em alta, vitalidade da demanda externa e das remessas internacionais e recuperação do turismo. Essa dinâmica motivou várias revisões do crescimento para cima este ano.
Contudo, o financiamento está ficando mais escasso e oneroso em meio à elevação das taxas de juros pelos maiores bancos centrais para reduzir a inflação. Os fluxos de capital para os mercados emergentes estão diminuindo e os custos dos empréstimos externos estão aumentando. As taxas de juros internas dos mercados emergentes também estão subindo, não apenas porque seus bancos centrais também estão elevando as taxas para combater a inflação, mas também devido à redução do apetite dos investidores por ativos de risco…”