Um futuro de empregos em colapso – Impacto das transformações tecnológicas, demográficas e ambientais cria cenário de encruzilhada para trabalhadores mundo afora publicado por Valor Econômico (11/2019)
“Em 1930, John Maynard Keynes (1883-1946) escreveu que, dali a cem anos, o “problema econômico” estaria resolvido: graças à tecnologia e à acumulação de capital, na geração de seus netos as necessidades humanas seriam satisfeitas com 15 horas de trabalho semanal. Surgiria então um outro problema, o que fazer com tanto tempo livre? Somos, dizia o economista britânico, talhados para despender energia, não para desfrutar. Sem o “problema econômico”, o ser humano “fica privado de seu propósito original”. Faltando dez anos para o prazo de Keynes, o cenário é ao mesmo tempo próximo e distante do que ele imaginou. Por um lado, tarefas humanas cansativas e degradantes já desapareceram ou vão desaparecer graças a robôs e algoritmos. Por outro, jornadas de trabalho se tornam mais extenuantes; o desemprego não se parece em nada com o lazer de não precisar trabalhar; e o avanço tecnológico se apresenta, para muitos, mais como ameaça do que como libertação…”