Política industrial e desenvolvimento econômico: teoria e propostas para o Brasil na era da economia digital por André Nassif em Capítulo 7 do livro “Macroeconomia Moderna: As Lições de Keynes para as Economias em Desenvolvimento”, organizado por Carmem Feijó e Eliane Araújo (2019).
“Não é exagerado afirmar que o objetivo mais importante da Economia é entender e, se for o caso, pavimentar o caminho para que um país pobre transite do estágio de uma economia subdesenvolvida para uma economia desenvolvida. Numa palavra, tal objetivo consiste em entender e criar as condições para que um país pobre alcance níveis de produtividade e de renda per capita próximos à média dos países considerados desenvolvidos. A grande discussão travada entre economistas neoclássicos e estruturalistas gira em torno do papel dos mercados e do Estado para propiciar tais condições. Grosso modo, enquanto os neoclássicos enfatizam o papel quase exclusivo do livre jogo das forças de mercado tanto no plano doméstico (laissezfaire) como no internacional (adesão incondicional a práticas de livre-comércio), os estruturalistas argumentam que, sem a intervenção do Estado e na ausência de uma política industrial bem desenhada e eficientemente implementada, dificilmente será concretizado o emparelhamento (catching up) dos países em desenvolvimento para os níveis de renda per capita elevados dos países desenvolvidos…”