Déficit racial por Irany Tereza publicado por Revista Piauí (1/2023)
“Economistas negros contam por que é tão difícil ser um economista negro no Brasil
Em 1976, recém-chegado à Universidade de Brasília (UnB) e prestes a completar 18 anos, Mário Theodoro percebeu que era o único negro na sala de aula do curso de economia. “O departamento tinha uns trezentos alunos, mas só uns três ou quatro negros. Eu era um deles”, recorda. Não que tenha sido uma grande surpresa. No colégio particular onde havia estudado, em Brasília, o rapaz de classe média – filho de uma dona de casa e de um servidor público transferido para Brasília nos anos 1970 – também convivia com mais brancos do que negros. Mas no ensino superior a relação era mais desequilibrada ainda. E o curso de economia figurava, como até hoje, entre os de maior “branquitude”…”