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Covid-19 x Retomada da Economia Portuguesa (Basto et al.)

COVID-19 – Retomada da economia portuguesa por Rita Bessone Basto, Eugénia Pereira da Costa, Tiago Domingues, Carla Ferreira, Paulo Inácio, Ana Martins, Guida Nogueira, Gabriel Osório de Barros, Eva Pereira, Ricardo Pinheiro Alves, Sílvia Santos, Rita Tavares da Silva, Graça Sousa, Nuno Tavares, Dulce Vaz publicado por Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia (6/2020).

A retoma da economia portuguesa é o primeiro passo para minimizar a perda de rendimentos e o aumento do desemprego que os efeitos do Covid-19 provocaram. Até ao momento, a pandemia afetou significativamente a atividade das empresas e a vida das famílias, traduzindo-se num choque económico simultâneo na oferta e na procura, mas em que o segundo terá provavelmente maior magnitude.

Na primeira fase, as medidas de apoio visaram minimizar os efeitos económicos adversos, que atingiram os países de forma assimétrica e em períodos distintos. Na fase de retoma os apoios deverão ser orientados para as áreas com maior potencial para dinamizar o crescimento e a criação de emprego. Neste âmbito, a estratégia de retoma da economia portuguesa deverá ter em conta o impulso na transição para uma economia digital e as consequentes alterações nos processos produtivos, os efeitos do endividamento da economia na procura agregada e as alterações previstas no comércio internacional e no funcionamento das cadeias de valor em virtude da pandemia e que irão condicionar a recuperação nos tempos mais próximos.

Dadas as limitações orçamentais e de dívida pública e externa com que Portugal se defronta, os apoios às empresas devem ser usados da forma mais eficiente e financeiramente sustentável possível, mantendo em operação as empresas que são economicamente viáveis e se defrontam com um problema temporário de liquidez, e complementando as medidas de apoio às famílias e a ação dos estabilizadores automáticos na manutenção dos níveis de rendimento. Para além disso a recuperação também dependerá da correção das vulnerabilidades que têm condicionado o crescimento da produtividade da economia portuguesa.

Neste âmbito, a proposta de estratégia de retoma da economia portuguesa identifica os sectores mais suscetíveis de ajudar a uma retoma económica mais rápida, enquadrando-se com as reformas necessárias para amentar os níveis de crescimento e de desenvolvimento. A identificação dos sectores é feita com base em cinco grupos de critérios: Internacionalização e vantagens comparativas reveladas; Potencial tecnológico para aproveitar oportunidades da digitalização; Condicionalismos futuros devido ao Covid-19; Performance recente das empresas; Viabilidade económica e impacto da pandemia.

Esta informação conduz à conclusão de que os apoios para uma retoma mais rápida da economia portuguesa deverão estar especialmente orientados para sectores com vocação externa e sujeitos a concorrência internacional, e inclui algumas atividades que lhes estão a montante e que por lhes fornecerem serviços afetam também a sua competitividade. A intuição é que são estes os sectores que estão menos dependentes do mercado nacional, onde o elevado endividamento irá condicionar mais a evolução da procura doméstica, e que através da sua orientação internacional têm maior potencial para explorar mercados em maior expansão, podendo adaptar-se melhor aos variados ritmos de recuperação e de crescimento que irão ocorrer nos diferentes países.

As conclusões incluem ainda algumas sugestões de políticas de apoio que poderão ser implementadas beneficiando dos fundos estruturais e de apoio que forem disponibilizados ou sem dependerem da aplicação de recursos financeiros significativos.

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