Confusão aérea de Azul e GOL empurra conta para brasileiros por José Roberto Afonso publicado no Poder 360 (3/2025)
“Mera fusão das companhias prejudica a estrutura de mercado, socializa déficit e afasta novos investimentos; autoridades devem seguir exemplo externo.
Articulista afirma que a fusão pretendida parece uma tentativa de invocar o clássico ditado “too big to fail”, e transferiria a crise empresarial e privada para os órgãos públicos, sobretudo os reguladores; na imagem, aviões de Azul e GOL no aeroporto de Brasília.
A proposta de fusão da Azul e da GOL, na prática, resultará em uma enorme confusão na aviação civil brasileira.
Antes de tudo, importa atentar que o pecado capital da crise das duas companhias é basicamente financeiro: até apresentam superavit operacional, mas insuficiente para cobrir a maior parte dos juros e da correção cambial da dívida, resultando um patrimônio líquido agregado negativo em mais de meia centena de bilhões de reais. A melhor penitência é uma reestruturação financeira e patrimonial, idealmente que transforme dívida em capital.
Quem já pagou tal pecado, durante a crise da pandemia, foi a Latam, que se tornou a única grande companhia aérea saudável no Brasil. Hoje, a cena é muito melhor, com recorde de passageiros transportados e menor ociosidade dos aviões do século. Por que Azul e GOL não poderiam seguir o mesmo caminho bem-sucedido?