Situação das maiores empresas brasileiras na crise da covid 19 publicado por CEMEC (12/2020).
Tenho a satisfação de enviar em anexo a Nota CEMEC 12/2020 que apresenta uma análise da situação econômica e financeira das maiores empresas brasileiras na crise da COVID 19, com base na consolidação de suas demonstrações financeiras atualizadas até o terceiro trimestre de 2020.
O impacto da crise foi extremamente diferenciado entre setores e entre empresas do mesmo setor. Entretanto, os dados consolidados de todas as empresas abertas e uma amostra das maiores empresas fechadas mostram que apesar do impacto negativo da crise, os principais indicadores da rentabilidade e da situação financeira ainda se situam em níveis mais favoráveis que no pior momento da recente recessão, em 2016.
Apesar da queda das taxas de juros, as taxas de retorno do capital investido ficaram consideravelmente abaixo do custo do capital. Com a recuperação da demanda iniciada no terceiro trimestre e o forte aumento da oferta de crédito de recursos livres promovido desde meados de março pelas ações emergenciais do BACEN, o endividamento líquido dessas empresas aumentou R$ 81,2 bilhões, ou apenas 10,4% em relação a dezembro de 2019, de vez que 68% do aumento da dívida bruta de R$ 253 bilhões, ou seja R$ 172 bilhões, foram destinados aumento das disponibilidades. Ao final do terceiro trimestre de 2020, as maiores empresas brasileiras mantinham em caixa ou equivalentes de caixa o porcentual de 26.6% das vendas anuais, nível muito superior à média de 18,9% observada entre 2010 e 2019, período no qual esses porcentuais flutuaram num intervalo estreito, entre 17,5% e 19,2%, como se vê no Gráfico abaixo.