Relatório de pobreza e equidade no Brasil: mirando o futuro após duas crises publicado por Banco Mundial (2022).
Em 2020, o Brasil estava prestes a enfrentar disrupções socioeconômicas de proporções históricas. O surgimento da COVID-19 bateu vários recordes indesejáveis no Brasil. Primeiro, a pandemia teve um enorme custo humano direto, acometendo milhões e matando 195.441 brasileiros em 2020 e 619.056 em 2021. Em segundo lugar, a economia brasileira sofreu sua pior contração já registrada na história, com um crescimento real do produto interno bruto (PIB) per capita em 2020 de -4.7%. (em comparação, o recorde anterior era de -4.4% em 2015).1 Terceiro, os lockdowns e outras medidas relacionadas à COVID tiveram um impacto imenso e inédito sobre os trabalhadores, com cerca de 10 milhões de pessoas deixando a força de trabalho entre o terceiro trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2020. As oportunidades de emprego ficaram escassas para aqueles que permaneceram na força de trabalho, com a taxa de desemprego chegando a 14,6% no terceiro trimestre de 2020.
