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Rating brasileiro: uma história de duas “dívidas” (Damico et al.)

Rating brasileiro: uma história de duas “dívidas” por Andrea Bastos Damico, Myriã Tatiany Neves Bast e Fernando Honorato Barbosa publicado por DEPEC/Bradesco (11/2017).

Desde que perdeu o grau de investimento em 2014, o custo de financiamento da dívida brasileira se elevou de forma importante. Houve saída de estrangeiros da dívida local, aumento do CDS, depreciação cambial e elevação dos juros longos em moeda local. Essa deterioração afetou tanto a dívida soberana como a corporativa, em moeda estrangeira ou local. O Brasil possui, hoje, risco país pior do que a quase totalidade de seus pares – melhor apenas do que o da Costa Rica. Como o gráfico a seguir sugere, é fato que o CDS brasileiro está cerca de 30 b.p. acima do nível sugerido pela classificação de risco, a julgar pela correlação de vários países entre risco e rating, mas, mesmo se esse ajuste ocorresse imediatamente, ainda seríamos um dos piores da amostra. Em nossa avaliação, é muito claro que há duas histórias de “dívida” por trás da classificação de risco do Brasil: a dinâmica da dívida externa, favorável, e a dinâmica da dívida local, bastante mais incerta.

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