Os efeitos da Covid-19 no balanço das empresas publicado por IEDI (10/2020).
“A Carta IEDI de hoje analisa os impactos da crise da Covid-19 sobre o desempenho econômico-financeiro das grandes empresas não financeiras no Brasil. Embora haja diferenças setoriais importantes, a pandemia não apenas comprometeu o nível de atividade das empresas, como derrubou sua rentabilidade e reverteu o já frágil processo de desalavancagem dos anos anteriores.
Ao todo, foram compilados os balanços patrimoniais e as demonstrações de resultados de 240 grandes empresas, agrupadas em três setores: indústria, serviços e comércio. Empresas com capacidade de distorcer os resultados por seu tamanho, como Petrobras e Vale, ou pelos grandes prejuízos incorridos, como Braskem e Suzano, foram excluídas, gerando subgrupos. O mesmo ocorrendo com as empresas de energia elétrica.
A contar pelos dados da primeira metade de 2020, as consequências da pandemia sobre as empresas foram graves. A crise interrompeu uma tendência de recuperação da rentabilidade e de redução das dívidas que vinha ocorrendo de forma sustentada desde 2016.
Para o total da amostra, a margem líquida de lucro saiu de 6,3% no primeiro semestre de 2019 para -5,1% em igual período de 2020. A margem operacional foi reduzida em mais da metade. Já o endividamento líquido saltou de 58,7% para 73,5% do capital próprio. A exclusão de Petrobras, Vale, Braskem e Suzano em nada alterou tamanha deterioração…”