Mobilidade Social no Brasil: Uma análise da primeira geração de beneficiários do Programa Bolsa Família publicado por Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social – Imds (6/2023).
Esta pesquisa investiga indicadores sugestivos de mobilidade social na base da pirâmide social brasileira e seus determinantes após a implementação do programa Bolsa Família (PBF). Focamos na coorte de dependentes com idade entre 7 e 16 anos em dezembro de 2005, que são acompanhados ao longo de mais de uma década, até 2019. A partir de dados administrativos, analisamos dois principais indicadores, a saber: (i) emancipação futura de programas sociais do governo federal e (ii) entrada no mercado formal de trabalho. Os resultados mostram que no ano de 2019, 20% desses dependentes do PBF em 2005, então com idade entre 21 e 30 anos, permaneciam como beneficiários do programa, enquanto 64% encontravam-se fora do Cadastro Único. Da mesma forma, 45% deles acessaram o mercado formal de trabalho ao menos uma vez entre os anos de 2015 e 2019. Esses resultados são indicativos de uma relativa mobilidade social na base da distribuição de renda do Brasil para os beneficiários do PBF. Ainda são avaliadas a qualidade do emprego formal ao qual esse grupo se insere, comparado com a média de não beneficiários do PBF no período, e outros indicadores sugestivos de mobilidade social. Todos sugerem uma significativa melhora socioeconômica desses que eram beneficiários do PBF em 2005. Adicionalmente, buscou-se compreender a associação entre variáveis demográficas e socioeconômicas dos municípios com os indicadores sugestivos de mobilidade social. Os resultados apontam grandes diferenças regionais no Brasil, sendo a região Nordeste a que apresenta menor mobilidade. Em consonância, estima-se que melhores estruturas de saúde e educação são importantes fatores para maior mobilidade social dos indivíduos nos municípios, assim como decisões de migração dos indivíduos para regiões de melhores indicadores desses grupos.
