Instituições, crescimento e desenvolvimento econômico no Brasil: as teorias modernas e a de Raymundo Faoro por Joilson Dias publicado por Ipea (2011).
As teorias que estabelecem o papel fundamental exercido pelas instituições no crescimento e desenvolvimento dos países são apresentadas e comparadas à teoria proposta de instituições vigentes no Brasil por Raymundo Faoro. A tese de “estamento burocrático” do autor é interpretada à luz das teorias reconhecidas e fatos históricos que suportam esta. As teorias das instituições preconizam que a qualidade das instituições está em reconhecer a indissolubilidade entre os poderes de facto e de juri, que formam as instituições que comandam a economia, e a distribuição do resultado econômico entre os cidadãos, bem como a necessidade de um sistema de acumulação de capital humano amplo e voltado para o mercado. A estabilidade institucional de longo prazo requer equilíbrio entre estes elementos e é alcançada somente com o aumento na relação pessoas educadas e não educadas no tempo. Assim, a principal conclusão é de que a teoria do “estamento burocrático”, prevalente na história da economia brasileira, gera instabilidade dos poderes institucionais devido a distribuição dos ganhos ser pervasiva e o controle exercido por esta no acesso à educação. Estes elementos explicam o baixo grau de desenvolvimento econômico histórico do Brasil. Em síntese, a teoria de Raymundo Faoro parece revelar os principais elementos que restringem o crescimento e desenvolvimento econômico histórico do Brasil.