Fomento e proteção da poupança previdenciária – estudo para debates a pedido da Abrapp – Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar elaborado por Finance e SPV Consultoria (7/2020).
“Este Estudo Técnico visa apresentar um cenário sobre as perspectivas para a previdência privada brasileira e algumas das recomendações em estudo na Abrapp, que dependem, sobretudo, de uma agenda parlamentar.
Em um futuro que se avizinha surpreendentemente cada vez mais rápido, trabalho não mais será sinônimo de emprego. No lugar da carteira assinada, os trabalhadores terão contratos independentes ou flexíveis, sem horário ou local de trabalho fixo, sem remuneração contínua, sem um só empregador. O Estado de Bem-Estar Social, como desenhado na Europa no Pós-Guerra – e seguido pelo Brasil –, tende a se tornar cada vez mais obsoleto. Nesse futuro, a previdência social como um regime social estatal protegerá um grupo cada vez menor de trabalhadores, geralmente de menor renda, e deverá se confundir com a assistência aos mais necessitados e sem renda própria. Além disso, também surgem problemas nos países que apostaram na poupança privada para a velhice.
Organismos multilaterais e acadêmicos vêm discutindo no resto do mundo como precisará ser o futuro da proteção ao trabalhador sem emprego formal e sem previdência básica. A diferença entre o que as pessoas atualmente economizam e o que elas precisam para um padrão de vida adequado quando se aposentam aponta para um buraco financeiro para as gerações mais jovens.
Das mudanças demográficas até as tecnológicas, passando por uma nova postura das novas gerações e mesmo das pessoas sobre ideais de vida e de sociedade, há uma revolução em curso que exige repensar toda a previdência e a proteção dos brasileiros. É bem diferente, talvez muito mais desafiador, do que a questão fiscal que dita os rumos da reforma previdenciária que tramitou recentemente no Congresso Nacional…”