Estudos e Prospectivas para o futuro da indústria publicado por Confederação Nacional da Indústria (2020)
O uso das expressões Quarta Revolução Industrial ou Segunda Era das Máquinas para qualificar as transformações em curso no mundo produtivo podem passar uma ideia equivocada de que as mudanças se limitam às fábricas. Na verdade, as novas tecnologias de informação e comunicação dispararam uma revolução que vai muito além da indústria, alcança também comércio, serviços, finanças (privadas e públicas), afetando também as relações sociais e culturais.
Se é difícil compreender e avaliar uma revolução em meio ao seu curso, a missão torna-se impossível quando boa parte do governo, da academia e das entidades organizadas de um país parece não ter informações e conhecimento sobre as transformações em curso.
Parece que não se tem formulado diagnóstico atualizado sobre esse novo cenário produtivo, econômico e social, pouco se busca na bibliografia externa e muito menos se conhecer das experiências internacionais. O Brasil, apesar de estar ativamente participando de mudanças tecnológicas a nível global, não conta, ainda, com um estudo compreensivo e que considere diagnósticos atualizados e experiências internacionais.
Falta uma visão plural, atualizada, abrangente e consistente das questões decorrentes dessas transformações estruturais (econômicas, sociais e culturais) e das alternativas para suas soluções, especialmente no âmbito das mudanças de políticas públicas, ou seja, de novas ações governamentais e novas leis (e divulgação do conhecimento).
Estes estudos analisam, a partir de uma visão multidisciplinar, os impactos esperados da revolução digital em curso sobre a economia e a sociedade brasileira, especialmente no que toca às mudanças nas relações de trabalho e na organização da educação, da ciência e da cultura. Objetivam subsidiar entidades da sociedade civil organizada, autoridades governamentais e parlamentares para melhor conhecerem e se posicionarem no debate nacional, sobretudo de políticas públicas.
Em cada caso, buscou-se realizar uma revisão bibliográfica, mais focada na literatura internacional. Por se tratar de assuntos novos e ainda sem definições precisas, por vezes, recorreu-se também a artigos de mídia, inclusive audiovisual. Além de buscar um contraponto entre a cena internacional e a nacional, são feitas recomendações de mudanças e ações.
Os trabalhos compreendem quatro grandes eixos de reflexões, elencados a seguir…”