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Entraves à Digitalização na América Latina (IEDI)

Entraves à digitalização na América Latina e o combate da Covid-19 publicado por IEDI (7/2020).

“A utilização de sistemas de tecnologias digitais tem se destacado como instrumento importante para se combater a pandemia de Covid-19 e mitigar seus efeitos socioeconômicos, conforme estudo intitulado “Las oportunidades de digitalización em América Latina frente al Covid-19”, de autoria de pesquisadores da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), da CAF (Corporación Andina de Fomento) e de outras instituições. A Carta IEDI de hoje traz os principais argumentos e conclusões do estudo.

Na dimensão social, as tecnologias digitais têm possibilitado o acesso remoto a saúde e educação. Paralelamente, contribuem para reduzir o distanciamento social decorrente das medidas de isolamento. 

Na dimensão econômica, a digitalização contribui para a não desestruturação completa do sistema produtivo, por meio da automatização de elos das cadeias produtivas, de processos de logística, de comercialização e abastecimento, além de viabilização do teletrabalho.

Apesar disso, o uso destas tecnologias na América Latina ainda enfrenta grandes desafios para se difundirem. A resiliência de sua infraestrutura digital ainda precisa avançar, por ficar atrás da maioria das regiões do planeta e por melhorar em velocidade inferior à da Ásia e até mesmo da África.

Com uma infraestrutura digital intermediária, o aumento na utilização da banda de serviços digitais tende a comprometer a qualidade da transmissão de dados, com redução da velocidade e aumento do tempo de resposta da rede / latência.

Segundo o estudo, existem ainda outros desafios no sentido aumentar o acesso domiciliar à internet, reduzir sua heterogeneidade entre diferentes grupos sociais, ampliar e aprofundar a digitalização dos sistemas produtivos e expandir a oferta digital dos serviços públicos. 

Além disso, também é importante que a infraestrutura tradicional seja revigorada com incremento substancial do investimento em energia, transporte e saneamento, como forma de integrar o sistema econômico e territorial do país, habilitando-o para a digitalização.

No Brasil, por exemplo, os atrasos e problemas nas transferências do programa de auxílio emergencial às famílias poderiam ter sido reduzidos consideravelmente se o acesso a smartphones e à internet fossem mais disseminados, se a população estivesse mais familiarizada com as ferramentas digitais, mas também se a digitalização do Estado brasileiro fosse maior, tornando-o mais ágil e com maior integração dos bancos de dados de suas diferentes áreas.

Dadas estas limitações e as experiências internacionais de maior sucesso no combate aos efeitos da pandemia por meio de tecnologias digitais, a exemplo da China, Índia, Coreia do Sul, entre outros países, a América Latina demanda ações e políticas públicas para potencializar a oferta e a qualidade dos serviços digitais, a gestão eficiente do tráfego nas redes e o incremento da utilização destes serviços para informação da população. Algumas iniciativas já estão sendo realizadas, mas são insuficientes.

O relatório da Cepal sugere dez medidas para se incrementar os efeitos da digitalização na prevenção, controle e mitigação dos efeitos da COVID-19, entre as quais podem ser citadas: 

     •  redução das restrições regulatórias à expansão da infraestrutura de rede, 

     •  disponibilização temporária do acesso a novas faixas do espectro eletromagnético a operadoras de rede, 

     •  estímulo à digitalização dos sistemas produtivos, 

     •  consolidação de políticas estruturais que permitam o desenvolvimento de soluções digitais avançadas em áreas de saúde, educação e trabalho e 

     •  universalização da cobertura e do acesso a redes de telecomunicações, com políticas de regulação que fomentem investimento em redes avançadas de 4G e 5G.

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