Emprego industrial no 2º trim/22: ganho de ritmo e de amplitude publicado por IEDI (10/2022).
“O quadro do emprego no Brasil vem registrando progressos, com a redução da taxa de desocupação do país, que deixou de apresentar dois dígitos depois de seis anos neste patamar. No 2º trim/22 chegou a 9,3% e, então, a 8,9% no trimestre findo em ago/22, como discutido na Análise IEDI da semana passada.
A Carta IEDI de hoje avalia o desempenho do emprego no setor privado no 2º trim/22, dando ênfase aos postos criados pela indústria. Frente ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de +10,9% no número de ocupados no agregado do setor privado, o que significou um aumento de quase 8,5 milhões de pessoas.
Dentre os principais setores econômicos, à exceção da agropecuária, que teve diminuição da ocupação, os demais tiveram aumentos relevantes. No comércio (+14,1%), serviços (+12,4%) e construção civil (+11,1%) o avanço foi superior ao agregado do setor privado.
No caso da indústria de transformação, o dinamismo foi um pouco inferior ao total, mas a alta registrada de +9,8% se manteve expressiva, tornando-se mais difundida entre os ramos industriais e mais intensa do que no 1º trim/22 (+8,3%).
Interessante destacar que o emprego com carteira assinada cresceu com um pouco mais de intensidade tanto no agregado do setor privado (+11,5%) como na indústria (+10,5%). O setor industrial vem contribuindo mais do que proporcionalmente para a formalização do emprego no país.
Isso porque, na indústria de transformação, 69,5% do total de novos postos de trabalho entre o 2º trim/21 e o 2º trim/22 foram vagas com carteira assinada. Esta parcela se mostrou bem menor nos demais setores neste mesmo período: 33,1% nos serviços, 38,9% na construção civil e de 43,7% no comércio.
Dentro da indústria, a ocupação cresceu em 19 ramos no 2º trim/22, o equivalente a 79% do total de ramos, na comparação com o mesmo período do ano anterior, uma fração um pouco maior do que no 1º trim/22, quando 17 ramos, que correspondiam por 71% do total de segmentos industriais analisados, acusou ampliação do emprego.
O destaque no 2º trim/22 coube ao ritmo de crescimento do emprego na fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (+31,7%) e de coque; produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis (+31,4%). Já entre as maiores reduções estão impressão e reprodução de gravações (-9,5%) e máquinas e equipamentos (-6,8%).
Com relação à classificação dos ramos industriais por intensidade tecnológica, o grupo de alta tecnologia apresentou o primeiro resultado positivo, na comparação interanual, desde o 1º trim/21. Os outros três grupos também tiveram aumento da ocupação com carteira assinada.
O rendimento médio real habitual dos ocupados no setor privado apresentou, no 2º trim/22, sua sexta queda consecutiva (-2,7%) na comparação interanual, sendo que na indústria a redução foi mais intensa (-6,1%).
Já a massa de rendimento real habitual teve o quinto trimestre seguido de crescimento no total do setor privado e no caso da indústria foi o segundo trimestre consecutivo de elevação. Nota-se, portanto, que o desempenho positivo da massa de rendimento tem sido determinado pelo nível de ocupação, já que o rendimento médio tem se reduzido…”