Dívida pública brasileira e compressão do orçamento: O que resta aos trabalhadores? publicado por DIEESE (9/2015).
“Devido à abordagem concebida pelos grandes meios de comunicação, habituou-se, no Brasil, a atribuir a insuficiência de investimentos públicos em saúde, educação, segurança, transporte, habitação, lazer, entre outros, exclusivamente à corrupção, à falta de disposição ou à incapacidade gestora da máquina pública. Ainda que estes sejam elementos relevantes, pouco ou quase nada se falou sobre o estrutural, a dívida pública brasileira e a dimensão que esta ocupa do Orçamento Geral da União (OGU).
Ao observar que o pagamento de juros e amortizações da dívida foi o maior gasto realizado pela União em 2014, aproximadamente igual à soma de todo o gasto com Previdência Social, Transferências a Estados e Municípios, Saúde, Educação e Trabalho, estes, respectivamente, o segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto maiores gastos da União; evidencia-se a clara compressão dos gastos sociais em favor do pagamento da dívida. Desta forma, tratar da dívida pública suscita inicialmente uma série de questões, tais como: qual o tamanho da dívida? Quem a paga? Quem a recebe? Quem fez e como a fez? Qual índice econômico remunera os credores da dívida?…”