Crédito para pequenos negócios durante a pandemia: para onde o dinheiro está indo? por Giovanni Beviláqua e Marco Aurélio Bede (2020).
“Na Nota anterior, identificamos que durante o período mais grave da pandemia da Covid-19, cresceu a atuação das instituições financeiras não-bancárias (p.ex. cooperativas de crédito, agências de fomento e sociedades de crédito direto). O aumento de participação destas instituições foi muito importante para que os Pequenos Negócios pudessem ter acesso ao crédito. Estes resultados corroboram os encontrados na Pesquisa SEBRAE-FGV de Impacto da Pandemia do Coronavirus sobre os Pequenos Negócios.
No entanto, a análise de dados mais agregados do Banco Central e séries históricas mais longas, trazem informações que as pesquisas amostrais do impacto da pandemia não conseguem mostrar.
No segundo trimestre de 2020, período mais grave da pandemia, por exemplo, foram realizados pelas empresas de todos os portes um total de 33,2 milhões de operações de crédito. Isto correspondeu a uma redução de cerca de 16% no número total de operações de crédito, em relação ao mesmo período em 2019 (e -12% em relação ao 1o. trimestre de 2020).
Na comparação do 2º. trimestre de 2020 com o 2º. trimestre de 2019, a queda do número de operações foi mais pronunciada entre as médias empresas (-20%) e entre os Pequenos Negócios: – 20% nas microempresas, -17% nas pequenas e -5% no caso dos MEI. No caso das grandes empresas, houve aumento de 16% no número de operações (2º. trim20/2º. trim19), como pode ser visto na Tabela 1. Já o Gráfico 1 mostra que o 2º. trimestre de 2020 registrou o número mais baixo de operações de crédito, desde o 4º. trimestre de 2019. Ou seja, novos canais de acesso ao crédito foram criados, no período da pandemia, mas o número total de operações caiu para Pequenos Negócios. Então fica a pergunta, para onde estão indo estes recursos?…”
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