O problema da fonte pagadora do auxílio emergencial por Silvio Figer publicado por publicado no Monitor Mercantil (2/2021).
“Na vigência do estado de pandemia, com governadores e prefeitos se atropelando em quarentenas coloridas – do azul ao roxo, passando pelo amarelo, laranja e vermelho – determinantes de um irracional abre e fecha de atividades econômicas, que para milhões de pessoas representa a diferença entre comer e não comer, não há dúvida de que um programa de renda bancado pelo Governo Federal é inescapável. Tanto assim que foi adotado em todos os países afetados. No Brasil chama-se, muito apropriadamente, Auxílio Emergencial (AE).
Igualmente, em todos os países, tal programa é bancado pelo Tesouro Nacional (TN). E aí reside o erro, que vai custar caro, ou caríssimo, dependendo do estado das contas públicas de cada país no momento do início do programa – leia-se o tamanho do déficit público nominal (atenção: nominal e não primário), e o volume da Dívida Pública Federal (DPF), em proporção do PIB.
Pelos números divulgados pelos diversos governos nacionais, nenhum TN tem condições de arcar com despesa adicional de tal ordem, sobrecarregados que já estavam, antes da pandemia, pela brutal elevação das DPFs necessária à salvação dos bancos na crise de 2008 – há apenas doze anos…”