Ganhadores e perdedores na transformação digital do trabalho por Michael Spence publicado por Project Syndicate (2/2021).
MILÃO – Talvez nenhum outro aspecto da revolução digital tenha recebido mais atenção do que o impacto da automatização nos empregos, locais de trabalho e rendimentos. Existe ao menos um bom motivo para isso – mas provavelmente não é o que a pessoas mencionariam.
Usar máquinas para aumentar a produtividade não é algo novo. No sentido de que toda ferramenta é uma máquina, humanos vêm fazendo isso a maior parte de nossa curta história neste planeta. Porém, desde a primeira Revolução Industrial – quando as máquinas a vapor e a mecanização promoveram um enorme e contínuo aumento da produtividade –, este processo só aumentou a velocidade.
Nem todo mundo acolheu a transição. Muita gente temia que uma demanda reduzida por mão de obra fosse levar a uma situação de desemprego elevado permanente. O que não aconteceu. Em vez disso, a produtividade e os rendimentos em alta impulsionaram a demanda e, com ela, a atividade econômica. Com o tempo, os mercados de trabalho se adaptaram em termos de capacitações, e eventualmente as horas de trabalho diminuíram, à medida que o equilíbrio renda-lazer mudou de lugar…”