Economia digital e tributação por Marcos Cintra (2020)
“A sociedade global tem evoluído de um modo que há vinte ou trinta anos tudo seria considerado um cenário de ficção. Automóveis dispensam motorista e robôs realizam cirurgias em seres humanos com enorme precisão. As pessoas usufruem de maior comodidade em suas atividades rotineira, vivem mais e otimizam seu tempo com mais entretenimento e lazer. As empresas tornam-se mais eficientes e lucrativas, atendendo seus consumidores de forma customizada. A gestão pública conhece novos métodos de governança e de comunicação, abrindo amplas possibilidades de desburocratização e transparência. Os fluxos de bits and bytes comandam processos mecânicos, – a internet das coisas- e a manufatura e os serviços iniciam a quarta revolução industrial.
O paradoxal, contudo, é que embora o impacto tecnológico da era digital seja praticamente universal, a ciência e a prática tributárias seguem impermeáveis a todas estas tendências verdadeiramente revolucionárias. Os sistemas de arrecadação de tributos seguem ignorando e destoando desta modernidade, mantendo seus conceitos e práticas desenvolvidos no século passado, durante a era analógica…”