Home > Diversos > Democracias na encruzilhada e o papel do Brasil (Yang & Leirner)

Democracias na encruzilhada e o papel do Brasil (Yang & Leirner)

Democracias na encruzilhada e o papel do Brasil por Philip Yang e André Leirner publicado por Folha de S. Paulo (11/2022)

“Democracias encontram-se em crise e governos e sociedades mundo afora parecem reagir de três formas diferentes.


Alguns países adotam soluções iliberais. Nesses lugares, a baixa confiança de suas populações pelas instituições nutre um sentimento antipolítico, o que permite que lideranças eleitas democraticamente, com apoio popular, passem a minar o funcionamento dessas mesmas instituições de modo a capturar o seu funcionamento. Hungria, Polônia, Turquia, são exemplos desse percurso. Testemunhamos o mesmo também no Brasil quando, por exemplo, recentemente se propôs um aumento no número de magistrados do STF. Outros casos brasileiros recentes, e também da gestão Trump (EUA), seguiram esse padrão.

O segundo tipo de reação à crise das democracias é a concentração de poder autocrático. Nesses casos, tradições distintas de cultura local confrontam tradições políticas democráticas ocidentais. Sem juízo de valor, países como a China, o Irã ou a Rússia apresentam regimes de governo em que o poder de um líder ou partido é concentrado. Na realidade, não se trata de uma "resposta" a uma crise atual, mas de posicionamento baseado em tradições centenárias – confucionismo, teocracia islâmica e absolutismo monárquico – que impedem o estabelecimento de Estados democráticos de direito…” 

Nunca antes na história deste país s por Philip Yang publicado por Valor Econômico (11/2022)

​“Nunca antes neste país…

 – vai ser tão importante descarbonizar a economia e estancar o desmatamento.

 – terá sido tão crucial acelerar a transição digital e fomentar a inclusão produtiva.

 – será tão urgente mitigar os efeitos da desigualdade crescente.

 – foi tão inadiável garantir uma escolarização de qualidade para todos.

 – tornou-se tão crítico garantir moradia digna para todos,

 – tão essencial aprimorar a democracia e os mecanismos de participação real do povo nos rumos da nação.

 – vivemos a necessidade tão fundamental de unir a sociedade em torno de valores e interesses comuns, de encontrar meios de coibir notícias falsas e despolarizar a política.

A lista acima, que arrola de forma resumida os nossos desafios, termina com o imperativo da despolarização – e por uma razão específica: buscar a racionalidade coletiva e uma base mínima de convergências de percepções e visões será decisivo. Numa sociedade polarizada, o cidadão acredita que o Estado ameaça a liberdade. Ou, ao contrário, que a liberdade individual sem qualquer censura é plausível e desejável. Que o governo corrói o mercado. Ou, ainda, que a livre iniciativa ilimitada gera bem-estar a todos…”

https://bit.ly/3FdnD3a

Postagens Relacionadas