Réplica: O BNDES e o Plano Marshall por Gilberto Borça Jr., Jose Antonio P. Souza publicado por Folha de S. Paulo (4/2023).
“Tesouro Nacional injetou 0,24% do PIB ao ano, não 1,5%, como afirma artigo de Marcos Mendes
“O debate sobre o papel do BNDES na economia brasileira é necessário e bem-vindo, mas convém separar o joio do trigo nas opiniões que volta e meia retornam à mídia.
Recentemente Marcos Mendes (a seguir) publicou nesta Folha mais um texto equivocado sobre o BNDES, onde afirma: “Nos quatro anos entre 1948 e 1951, o Plano Marshall custou, em média, 1,1% do PIB norte-americano por ano. Com esses recursos viabilizou-se a reconstrução da Europa no pós-guerra. O Tesouro Nacional injetou no BNDES 1,5% do PIB por ano, ao longo de sete anos (2008-15), e colhemos mais problemas que soluções”.
Ao utilizar uma comparação grandiloquente, o colunista da Folha acabou cometendo alguns equívocos…”
BNDES sinaliza que repetirá erros que nos custaram caro por Marcos Mendes publicado por Folha de S. Paulo (3/2023).
“De 2008 a 2015, Tesouro pôs no BNDES 1,5% do PIB; tivemos mais problemas que soluções
O presidente do BNDES tem feito declarações como “transferimos, em oito anos, R$ 1 trilhão ao Tesouro” ou “transferimos R$ 254 bilhões a mais para o Tesouro do que recebemos”. As afirmações contrariam a matemática financeira básica na tentativa de reescrever a história.
A realidade é que o Tesouro transferiu muito dinheiro para o BNDES, não o contrário. O Tesouro se endividou pagando taxa Selic e emprestou ao BNDES a taxas menores. A conta correta, registrada em documentos oficiais, indica que entre 2008 e 2022 o contribuinte brasileiro subsidiou o BNDES em R$ 325 bilhões, em valores de 2022.
Fez-se um experimento: aumentava-se a dívida pública para subsidiar investimentos de empresas, via BNDES, para acelerar o crescimento. Com PIB maior, a relação dívida/PIB cairia. Estaríamos mais ricos e menos endividados…”